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Hipocondria – como tratar uma doença imaginária?

A hipocondria é uma perturbação na qual uma pessoa refere sintomas físicos e está especialmente preocupada porque crê firmemente que correspondem a uma doença grave.

Há quem desvalorize, há quem defenda que se trata somente de ter “a mania das doenças”, mas a hipocondria existe e o seu impacto é genuíno.

Trata-se de uma preocupação mórbida respeitante às funções do organismo ou ao estado de saúde em geral, quer do ponto de vista mental ou físico, dando lugar a queixas que são comunicadas a outras pessoas.

É, portanto, uma fobia às doenças, apontando-se-lhe diversas causas possíveis.

Apesar de ser encarada levemente pelo senso comum, a “mania das doenças”, como é muitas vezes apelidada, é um quadro clínico do espectro dos sintomas de ansiedade, tão sério como qualquer outro diagnóstico e, afecta significativamente a vida dos sujeitos que dela padecem.

Esta perturbação é tão frequente em homens como em mulheres e pode ser encontrada em pessoas de todas as idades e grupos sociais.

Os sintomas são reais – dores de cabeça, náuseas, dores de barriga, tonturas, fadiga, etc. – mas são vivenciados como mais graves do que realmente são.

O tipo de queixa pode ser estável ou variar ao longo do tempo e, tanto podem tratar-se de queixas vagas como específicas.

A Hipocondria tem tido, nos últimos anos, a Internet como grande aliada, sendo até já apelidada de Cibercondria, uma vez que os indivíduos com esta perturbação tendem a procurar em sites de medicina, doenças que se enquadrem nos seus sintomas.

Diagnosticar a hipocondria

A hipocondria pode surgir de forma “primária”, independentemente de qualquer outro problema psicológico, mas na maioria dos casos associa-se a outras perturbações ansiosas ou depressivas e é frequente encontrar na infância dos hipocondríacos situações stressantes, como abuso sexual, violência, morte de familiares ou preocupação mórbida com as doenças.

Esta doença surge habitualmente na adolescência ou no início da idade adulta, ocorre de igual modo no género masculino e feminino e distribui-se por todas as culturas, etnias e populações e por todos extractos sociais, embora seja um mais frequente nas pessoas com níveis de escolaridade e socio-económicos mais baixos.

Existem muitas pessoas com traços hipocondríacos (têm a “mania das doenças” e “vão muito ao médico”), mas a verdadeira hipocondria é relativamente pouco frequente, variando entre 1 e 7% da população, consoante os critérios de classificação usados, que têm mudado ao longo do tempo.

Pela sua própria natureza, a hipocondria é difícil de diagnosticar, porque os doentes não acham que sofrem de um problema mental e por isso não recorrem a consultas de psicologia ou de psiquiatria, preferindo consultar médicos generalistas ou especialistas das doenças físicas que pensam ter.

No entanto, como em geral consultam muitos médicos ao longo dos anos, cada um deles não chega a perceber que está perante um hipocondríaco e aceita como adequada a preocupação com o sintoma ou a doença e pede os exames necessários para o seu esclarecimento.

É por isto que, na maioria dos casos, são os familiares e os amigos dos doentes que suspeitam do problema e conseguem que os hipocondríacos procurem ajuda adequada.

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Sintomas físicos da hipocondria

Os sintomas físicos que podem fazer o paciente hipocondríaco acreditar que está doente são, por exemplo, manchas na pele, pequenas feridas, tosse, batimentos cardíacos acelerados, movimentos involuntários ou sensações físicas não muito claras, como fraqueza, angústia ou opressão no peito ou outras partes do corpo.

A Hipocondria pode ser identificada através da presença de diversos sintomas, que incluem:

  • Desejo de realizar constantemente exames médicos desnecessários;
  • Medo intenso de ter uma doença grave;
  • Medo de ter uma doença após ouvir a descrição dos seus sintomas;
  • Necessidade de realizar constantemente auto-exames, fazendo apalpações e analisando sinais e verrugas;
  • Monitorizar regularmente os sinais vitais, como pressão arterial e pulsação;
  • Amplo conhecimento medicamentos e de tratamentos médicos;
  • Obsessão por sintomas simples e aparentemente inofensivos;
  • Necessidade de consultar o médico várias vezes por ano;
  • Dificuldade em aceitar a opinião dos médicos, especialmente se diagnóstico indicar que não existe nenhum problema ou doença.
  • Excesso de preocupações com a saúde que acabam prejudicam as relações com amigos e familiares;

Perfil do hipocondríaco

Para que possamos dizer que estamos perante um hipocondríaco, este deverá ter, durante um período de tempo significativo – pelo menos seis meses –, uma preocupação, medo ou crença de que tem uma doença grave, baseando-se na interpretação errada que faz de sensações corporais inofensivas.

Esta preocupação causa-lhe um sofrimento considerável ou acaba por interferir negativamente em áreas importantes da sua vida – com pior desempenho social, profissional ou outro – e persistindo esta ideia, apesar de adequadas avaliação e tranquilização médicas.

A hipocondria pode ser primária, ou seja, uma característica psicológica estável ao longo do tempo; ou secundária, sendo uma resposta transitória, resultado de um período mais vulnerável em que determinados sinais corporais fazem com que o indivíduo preste especial atenção à sua saúde e se preocupe excessivamente.

Hipocondria - como tratar uma doença imaginária?

Como se previne a hipocondria?

Não é possível prevenir a hipocondria. Contudo, um acompanhamento adequado ajuda a reduzir a gravidade dos sintomas e a melhorar a qualidade de vida das pessoas afectadas.

Numa sociedade tão exposta a informação sobre doenças, cuidados de saúde, rastreios, novas tecnologias de diagnóstico, é de esperar que a hipocondria se possa instalar mais facilmente.

De facto, a disponibilização de informação sobre saúde, embora fundamental e muito benéfica, pode associar-se, nas pessoas mais susceptíveis, a receios acrescidos sobre as doenças.

O que é realmente importante é detectar estes casos e tentar oferecer o máximo suporte e tranquilidade possíveis de modo a que os sintomas possam desaparecer ou, pelo menos, que interfiram menos nas diversas facetas do dia-a-dia.

Tratamento da hipocondria

O tratamento da hipocondria é fundamentalmente psicológico.

O objetivo da terapia nestes casos não será mostrar ao paciente que ele não tem uma doença (função do médico), mas de fazer o hipocondríaco compreender que pequenas dores, ferimentos e outros sintomas simples nem sempre indicam doenças graves.

Técnicas de relaxamento devem ser bastante utilizadas para reduzir a ansiedade do paciente.

Em caso de depressão, o tratamento deve ser feito por um psiquiatra para que remédios possam ser prescritos.

Suplementos Nutricionais

O uso de suplementos nutricionais e certas ervas contribui para a estabilidade psíquica: geleia real, levedura de cerveja, erva-de-são-joão (erva antidepressiva).

Consumir alimentos ricos em ómega 3, que são benéficos para acalmar estados de ansiedade como a hipocondria.

Fazer exercício, como caminhar e nadar ajuda as pessoas muito ansiosas a melhorar o seu estado de ânimo.

Praticar técnicas de relaxamento e meditação.

Hipocondria - como tratar uma doença imaginária?

Ervas auxiliam na prevenção da hipocondria

Chás caseiros podem atenuar preocupações e relaxar pessoas que se tornam muito angustiadas em relação à saúde.

Os potenciais tranquilizantes de camomila, alfazema e erva-cidreira auxiliam a manter a calma e diminuir a ansiedade que os hipocondríacos costumam apresentar.

Além disso, estas ervas reduzem a tensão nervosa, já que possuem analgésicos naturais, que diminuem as dores mais comuns.

Pessoas com hipocondria gastam grande parte da sua energia em busca de uma ou várias doenças imaginárias.

Tudo o resto na vida passa a ser secundário e, por isso mesmo, as relações pessoais e profissionais podem ser afetadas.

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AVISO: Este artigo é meramente informativo, não temos capacidade para receitar nenhum tratamento médico nem realizar nenhum tipo de diagnóstico. Consulte o seu médico no caso de apresentar qualquer tipo de condição ou mal-estar.

Fotos cedidas por Depositphotos.

Paulo Dias

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