Alimentação – Somos o que comemos
Diz-se que somos o que comemos e é uma grande verdade.
A má alimentação mata mais do que o tabaco, o álcool ou o consumo de drogas.
Sabe quanto açúcar e quanto sal põe, diariamente, no prato dos seus filhos?
Há 2500 anos, Hipócrates, acrescentou ainda, “que o vosso alimento seja o vosso primeiro medicamento”. Porém, numa sociedade onde se vive em contra-relógio, assiste-se a uma situação contrária, no que respeita à alimentação.
Atualmente procuramos a Alimentação, como substrato energético e, caiu no esquecimento o seu papel nutritivo e preventivo.
Basta, recordarmos as palavras dos nossos avós, “deves comer espinafres, pois eles te darão força”, “come uma cenoura, que faz os olhos bonitos”, entre outros.
Na receita da má alimentação, o açúcar é um ingrediente que ganhou peso. Usado pela indústria alimentar para intensificar sabores e prolongar prazos de validade, muito desse açúcar é invisível para os consumidores.
Crianças e adolescentes estão particularmente expostos.
A maioria dos produtos destinados a crianças é especialmente açucarada e muitos pais desconhecem a quantidade de açúcar – e de sal – presente nos produtos de consumo diário.
Por norma, o açúcar presente em alimentos como o mel, a frutas, os lacticínios e os cereais é o suficiente para satisfazer as necessidades do organismo.
Assim, evite adicionar açúcar aos alimentos e esteja atento aos rótulos dos produtos: um “inocente” chá gelado de 600ml contém 32 gramas de açúcar e um iogurte 0% de gordura pode chegar aos 16g.
O excesso de peso / obesidade, doença crónica, que está associada a um estilo de vida e, por consequente, a hábitos alimentares de risco, é amplamente discutida e está na origem de medidas políticas alimentares para uma educação alimentar que permita a profilaxia desta doença.
Estão já descritos e cientificamente estudados os distúrbios metabólicos que advêm desta patologia, como a Diabetes Mellitus tipo 2, Dislipidémias, Hipertensão Arterial, entre outros, importa referir, que uma alimentação de risco, densamente calórica e de baixo teor nutritivo, que está na origem do excesso de peso/ obesidade e suas co-morbilidades, também está na origem de mutações genéticas que podem conduzir a neoplasias (carcinomas).
Em Portugal, os carcinomas, representam o segundo maior fator de mortalidade, em idade prematura.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o termo “saúde” como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.
A alimentação surge como um dos fortes pilares, se não o mais importante para a manutenção de um corpo e mente sãos.
Afinal de contas, somos o que comemos.
Recomendações Gerais da Organização Mundial de Saúde (OMS):
- Limitar o consumo de gorduras totais, substituir o consumo de gorduras saturadas por insaturadas e eliminar o consumo de gorduras trans;
- Controlar o balanço energético (equilibrar as calorias ingeridas e gastas pelo organismo) e o peso saudável;
- Beber pelo menos 8 copos de água por dia.
- Aumentar o consumo de frutas, vegetais, cereais integrais e castanhas;
- Limitar o consumo de açúcares livres;
- Limitar o consumo de sal (sódio) de todas as fontes e assegurar que o sal seja iodado.
A alimentação é um fator essencial à nossa saúde e ao nosso bem-estar. Excessos e desequilíbrios acabam, quase sempre, mal.
A alimentação está na primeira linha do risco cardiovascular. E alimentação é aqui sinónimo de excessos e desequilíbrios.
Excesso de gorduras, de sal, de álcool e de açúcares e, proporcionalmente, ausência ou insuficiência dos alimentos protetores do coração.
São eles os frutos e os vegetais, fonte de vitaminas e sais minerais, mas também os hidratos de carbono integrais, fornecedores de fibras.
E ainda o peixe, as carnes magras e as leguminosas, que contribuem com proteínas mais saudáveis do que as chamadas carnes vermelhas.
Do desequilíbrio entre o que se come e o que se devia comer resultam, quase inevitavelmente, quilos a mais, e como consequência o risco de desenvolver diabetes que representa um fator de risco cardiovascular.
O excesso de peso é, aliás, um problema com que se debate um em cada dois portugueses, numa estatística que cada vez é mais engrossada pelas crianças.
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